Jung Roul Kim foi acusado de 15 irregularidades. Vice Carlos Fernandes assume o cargo em definitivo.
Em Assembléia Geral Extraordinária na manhã desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, presidentes e representantes das federações brasileiras de taekwondo votaram pela destituição do sul-coreano Jung Roul Kim do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD). O motivo foi a auditoria interna que apontou 15 irregularidades na administração do dirigente. Na mesma assembleia, o vice-presidente Carlos Fernandes foi empossado presidente da CBTKD.
- Minha intenção é a melhor possível. Posso errar, mas isso é do ser humano. Não tinha a vaidade de ser presidente. Fui colocado no cargo pois vocês (presidentes de federações) pediram. No dia em que acharem que eu não posso mais continuar, não será preciso assembleia para me tirar. Sairei por vontade própria - discursou Fernandes, que ficará na presidência da CBTKD até 2013.
O LANCENET! acompanhou com exclusividade a assembleia, permeada por momentos de tensão e discussão entre o partidários de Kim e a oposição. O encontro teve início às 10h30 e terminou às 15h.
Entre as 15 irregularidades apresentadas pela auditoria estão ofensas aos princípios estatutários da CBTKD, falta de balancete semestral, pagamento de dívida de processo judicial com recurso da Lei Agnelo-Piva, fato não permitido pela lei, violação da autonomia das federações, prestação de contas vencidas, fraudes, entre outros. Kim foi acusado de falsidade ideológica e má gestão.
- Nada pessoal contra o ex-presidente. Minha luta é para reformular a confederação. Quero pedir paciência pois não vamos resolver os problemas da noite para o dia. Uma das minhas profissões foi ser mágico, mas tem muita coisa que mágica não resolve. Na minha gestão não vai ter ditadura, perseguição. Vou promover a paz e a conversa - disse Fernandes.
Kim não compareceu à assembleia, mas mandou um representante, o advogado Afonso Abreu que tentou, com duas argumentações, defender seu cliente. Primeiro, pediu o adiamento da assembleia alegando que seu cliente não havia tido tempo suficiente para defesa. O pedido, que já havia sido negado na 25ª Vara Cível do Rio de Janeiro, voltou a ser negado em votação dos representantes das federações.
Depois, Abreu tentou suspender a assembleia sob a alegação de que o relatório feito por uma auditoria externa (pela empresa Assurance Auditores e Consultores) não havia sido concluído. Esse pedido também foi negado em votação dos presidentes das federações. O relator da auditoria interna, Juliano Tomé Crapanzani, explicou que esse relatório não pôde ser finalizado pois Kim não permitiu o acesso a determinados documentos na sede da confederação.
O sul-coreano havia sido afastado da presidência da CBTKD, após assembleia realizada no dia 28 de setembro, para que a auditoria pudesse apurar as irregularidades na entidade. O dirigente, no entanto, conseguiu voltar ao cargo por dez dias após decisão da 16ª Vara Cível do Rio de Janeiro, até ser novamente afastado.
Em face das duas negativas, o advogado abriu mão de realizar a defesa de seu cliente e deixou a assembleia antes da votação que definiu a destituição de Kim do cargo.
- A assembléia foi feita com o mero interesse de crucificar um dirigente que trabalha numa entidade há 25 anos. Certamente existe motivação política. Acho que a assembleia só poderia ter chegado ao seu final se tivesse o documento que eles dizem no edital para poder fazer a acusação. Com isso, o mestre Kim abre mão de sua defesa, até porque não dá para se defender de algo que não sabe do que está sendo acusado. Ele se resguarda ao direito de fazer sua defesa em juízo, pois é o caminho em que serão produzidas provas com mais critério e tranquilidade - afirmou Abreu.
Procurado pela reportagem, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) optou por não se pronunciar sobre a destituição de Kim.
Fonte: cbtkd.com.br em 16/12/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.